Nos últimos meses tenho percebido mudanças exorbitantes na minha forma de ver o mundo. Meus gostos mudaram, alguns preconceitos foram extintos, tenho outras prioridades e tenho me flagrado até usando maquiagem!
Acho curioso como o ser humano é flexível. Coisas pelas quais eu sentia repulsa, hoje são rotineiras. E claro que sempre existem aquelas pessoas que jogam na sua cara o que você disse no passado. Frases como “E você não odiava morango?!” e “Eu pensava que você só usava brinco em casamentos” têm sido comuns no meu dia-a-dia.
A quantidade de oportunidades e experiências que perdemos por fazermos questão de pequenas coisas ou pelo orgulho de não admitirmos que mudamos é muito grande e não vale a pena.No livro “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll existe um diálogo entre Alice e a dona Lagarta que me chamou bastante atenção. O que Alice achava não tinha muito sentido, pois ela pensava que tinha sido trocada e não era mais a mesma Alice de quando tinha acordado, porém a fala da menina é bem contundente se formos aplicá-la na nossa vida. Ou pelo menos na minha.
Eis a resposta da garota quando a dona Lagarta pergunta quem ela é:
“A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. [...] Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar a mim mesma”.
Cada pessoa que encontramos na rua, cada palavra escutada, cada paisagem apreciada muda um pouco de quem nós somos. Eu nem reconheço mais aquela Krystine do ano passado e ela não me reconheceria hoje.
Nossa, viajei oO
Quem era essa? Nem sei. (2007)